A Moção “Enfrentar o Empobrecimento – Polarizar à Esquerda” foi designada pela letra E, pelo seu teor ser portador de um horizonte estratégico claramente ecossocialista.
Subscrita por mais de 500 aderentes de todo o país, a MOÇÃO E começa por analisar a situação internacional, caracterizada por uma profunda instabilidade agravada pelas crises pandémica e ambiental, faz o balanço crítico dos últimos anos de governação, capturados pela obsessão do défice imposta pelo Partido Socialista, avança com uma proposta de agenda política de esquerda, que polarize o combate ao empobrecimento e às desigualdades que se intensificam com a austeridade que atinge as classes trabalhadoras, e aborda a situação interna do Bloco com uma exigência de democracia, participação, pluralidade, respeito e valorização do trabalho de base e das suas organizações.
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O Bloco de Esquerda foi fundado há 22 anos, tem enfrentado desafios de enorme magnitude e tem vindo a desempenhar desempenhar um papel crucial na sociedade portuguesa. Nos últimos tempos, desde meados da legislatura anterior, o Bloco tem estado enredado num ciclo de compromissos e derrotas eleitorais com o qual não está a conseguir romper. Este quadro tende a erodir a confiança que granjeou junto de largos setores da população e a ser visto, cada vez mais, como um “partido do sistema”, institucionalizado, alienado da irreverência e criatividade que lhe conferiram identidade, e incapaz de abraçar as lutas sociais, de recuperar combatividade, radicalidade e credibilidade.
A MOÇÃO E considera que o BE é indispensável e, para isso, é essencial resgatar a sua identidade, torná-lo de novo elemento primordial de um forte polo à esquerda, capaz de enfrentar os novos desafios do capitalismo global, da emergência ambiental, das crises social e económica que se agravam, da emergência dos autoritarismos populistas e da extrema-direita.
A MOÇÃO E faz este debate na Convenção Nacional para unir forças e contribuir para a afirmação do Bloco de Esquerda como uma alternativa forte e de confiança.
Como afirmou João Semedo, em 2014, na abertura da IX Convenção Nacional “Não estamos divididos, temos diferenças e sempre tivemos e soubemos viver com elas. Sabemos resolvê-las, incluindo e não excluindo”.